A vitória de Joe Biden e o contraditório comportamento de certos “liberais” e “direitistas” brasileiros

Com a vitória do candidato do Partido Democrata, Joe Biden, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, muitas personalidades brasileiras se manifestaram por meio das suas redes sociais. Políticos, jornalistas, artistas, influenciadores digitais além de diversos ativistas políticos, demonstraram apoio e simpatia pelo presidente eleito. Até aí, nada demais, afinal de contas, vivemos em uma democracia (ou pelo menos é que se diz), de modo que, é livre a manifestação do pensamento. Portanto, o problema não é a simpatia pelo presidente Biden, e sim pelo fato de que muitas destas manifestações deixaram transparecer uma alta carga de parcialidade de uma enorme quantidade de jornalistas e sabe-se que, um bom jornalista, embora possa ter o direito à sua opção político-ideológica, jamais pode deixar que esta preferência interfira na sua análise dos fatos jornalísticos, pois, os fatos são mais importantes do que as opiniões pessoais ou visões ideológicas. No entanto, no Brasil isso parece ter sido esquecido pela classe jornalística.

Presidente eleito Joe Biden.

Não são, porém, apenas os jornalistas e demais influenciadores que agiram de forma equivocada, para dizer o mínimo, de igual modo também muitos intelectuais que se declaram publicamente direitistas, liberais ou como gostam de ser chamados, liberais-conservadores (como se fosse realmente possível), seguiram a boiada da imprensa mainstream em suas análises vazias e rasas.

Quando agem desta forma, tais intelectuais, passam uma imagem bem distante de legítimos liberais ou conservadores, pois, com tal atitude acabam por se assemelharem mais a progressistas fingidos.

A razão para tal constatação é que, estes ditos liberais, conservadores ou liberais-conservadores, não apenas compraram a mentira propagada pelos meios de comunicação e que Donald Trump (Partido Republicano) representa um perigo à democracia, como também ajudaram a espalhar tamanha fake News e isto é absurdo para pessoas que, em tese, deveriam ser bem esclarecidas além de corajosas, pois, a um intelectual de verdade, não se exige apenas conhecimentos, espera-se também que tenha coragem ou não era Sócrates um sábio e também corajoso? Eita! Fui longe demais, os intelectuais aos quais me refiro neste texto talvez não tenham nem mesmo a genialidade de um Sócrates brasileiro, aquele do meu coringão, imagina a do velho filosofo grego.

O que fica evidente é que não é razoável que legítimos liberais e conservadores sejam obrigados a concordar ou apoiar Donald Trump, mas não é também coerente que mintam de forma tão vergonhosa ou que pior, apoiem um político de viés de esquerda como Joe Biden e que exaltem kamala harris como uma defensora das liberdades, quando é justamente o oposto. E isto não é razoável por uma questão de princípios e não, necessariamente, em razão de viés ideológico. Se Trump mesmo sendo de direita fosse tudo que a classe jornalística e intelectual falasse realmente eu estaria de acordo com os liberais e conservadores do Brasil, o problema é que isso não é verdade.

Vice-presidente eleita kamala harris.

Trump em nenhum momento representou perigo a democracia norte-americana, pelo contrário, seu governo foi marcado por amplo crescimento econômico e de defesa das liberdades, a maior prova disso é que chegou até mesmo ser indicado ao Nobel da Paz. Sua política externa aproximou Israel de países árabes, realizando um acordo histórico entre os judeus e vários governos árabes.

Presidente Donald Trump
 
Por sua vez, Joe Biden e kamala harris, incentivaram as manifestações terroristas que varreram a América em 2020. Tais manifestações ancoradas no movimento Black Lives Matter foram responsáveis por distúrbios grandiosos em todo os Estados Unidos. Além de agressões e assassinatos, depredação do patrimônio público e privado, este nefasto movimento demonstrou quão radical tem sido a ala mais à esquerda do partido Democrata, de forma que saudar tais políticos como defensores da democracia e acusar Trump de ser um fascista odioso, é algo vergonhoso para dizer o mínimo. Mas, vergonha parece ser algo que esta turma não tem. Nem os falsos jornalistas possuem vergonha, nem os intelectuais "liberais" e "conservadores" a que me refiro neste texto.

Vejamos algumas das personalidades brasileiras do meio político, jornalístico e intelectual que exaltaram a vitória de Joe Biden. A primeira a ser destacada é o presidente da Câmara Federal, o deputado Rodrigo Maia (Democratas) em seu Twitter ele afirmou que a vitória do Biden seria a restauração da democracia liberal.

Deputado Rodrigo Maia

Rodrigo Maia é um dos piores políticos que temos neste país. Representa, junto com seu partido, que um dia se disse liberal, uma ala política conhecida por suas práticas fisiológicas que faz da política um amplo balcão de interesses nada republicanos. Sua fala representa a visão distorcida do que ele entende por democracia liberal, pois, se realmente defendesse a democracia liberal, jamais apoiaria Biden, mesmo que também não fosse obrigado a apoiar Trump.

Outra figura controversa que se manifestou em favor de Biden foi o jornalista e escritor Reinaldo Azevedo. Ele que desde 2016 demonstrou apoio aos Democratas, também ao escrever no seu Twitter afirmou que o presidente Donald Trump era responsável pelo ataque institucional mais sério que os Estados Unidos haviam sofrido em sua história e isto, analisa o vaidoso jornalista, em razão de Trump contestar a eleição.

Jornalista Reinaldo Azevedo

Azevedo que se arvora de grande defensor do devido processo legal, que se diz um legítimo conservador, finge desconhecer as leis americanas e as regras das eleições daquele país, as quais permitem que Trump conteste a eleição se entender que tenha havido fraude. Aliás, isto já foi feito pelo próprio partido Democrata de Biden em 2000, quando Al Gore que perdera naquela eleição para George W Bush, resolveu contestar na justiça como Trump faz agora. Mas, claro, para Azevedo, Trump está errado, afinal as leis só valem para quem ele gosta ou defende.

Outro que resolveu manifestar sua simpatia pelo Joe Biden, foi o dublê de filósofo e palestrante de autoajuda, Luiz Felipe Pondé. Pondé em seu Twitter afirmou que era Biden que queria preservar as instituições democráticas e que Donald Trump seria na opinião dele, um “niilista pós-moderno em política”. O estranho é que Pondé é conhecido por escrever livros – pouco profundos diga-se de passagem - que se opõem, entre outras coisas, a própria ideia de democracia, de modo que, seu discurso nas redes sociais, além de completamente errôneo, demonstra quão hipócrita ele é. Pondé é um filosofo para pessoas de baixíssimo nível intelectual. Seus livros são tediosos. Suas palestras são extremamente chatas e seu estilo de enxergar o mundo demonstra como a elite brasileira decaiu em termos intelectuais.

Escritor, Pondé


Fica claro, ante a tudo que foi colocado acima, que a direita e o movimento liberal brasileiro, precisam de melhores referenciais tanto no âmbito político como, sobretudo, no meio intelectual, pois, figuras como Pondé e Reinaldo Azevedo não estão de fato a favor das liberdades e nem defendem os reais valores liberais-conservadores, apenas usam certo verniz intelectual, para que desta forma, possam servir aos seus mestres tucanos. Se não entendermos isso, continuaremos levando a sério estes camaradas que se fingem de direitistas e liberais, mas que na prática, jogam em favor da esquerda.

A vitória de Biden não apenas demonstrou o poder político das forças progressistas na América, como também fez cair as máscaras de muitos ditos liberais e direitistas tupiniquins, de modo que, apontou suas inegáveis contradições ao se venderem como conservadores e defensores da liberdade, mas que na prática, defendem justamente aqueles que vão contra estes valores.

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