A força de Jason Alves

 

Jason Alves (PMN/Foto ilustração).


O candidato a vereador, direitista, Jason Alves (PMN), tem se notabilizado na cidade de Caxias, por ser uma das mais eminentes vozes do conservadorismo na Princesa do Sertão. Ele que é o presidente do grupo Direita Caxias, vem apostando em uma campanha política calcada em discurso fraco e direito, defendendo uma política de austeridade no que se refere à questão de gastos de gabinete  e também focado em propostas que sejam perfeitamente viáveis de serem executadas no decorrer do mandato.


Jason Alves tem defendido em sua campanha que os parlamentares precisam ter independência, pois, em sua opinião, não faz mais sentido os vereadores de Caxias serem apenas uma espécie de extensão do Executivo Municipal. Para tanto, ele acredita que é fundamental que se eleja bons parlamentares, mas acredita, que isto só é possível, com uma verdadeira conscientização política tanto dos jovens como das pessoas mais velhas, já que na visão dele esta conscientização ainda não existe em termos mais amplos.


“Falta conscientização na população. Em 2018 consegui juntar o povo, jovens e idosos. Pensei que 2018 fosse um ano de conscientização política. Muitas pessoas não estão mais comigo e hoje apoiam candidatos corruptos. Pensei que iriam votar num candidato com perfil liberal e conservador. Quem estava com Bolsonaro em 2018, não está com a gente em 2020”.


Ele acredita que seja uma grande contradição, eleitores terem votado em candidatos conservadores em nível nacional e no âmbito municipal, apoiarem candidatos a vereador e aa prefeito, contrários as pautas conservadoras ou que são, notadamente, corruptos.


“As mesmas pessoas que defendem o presidente Bolsonaro, são as mesmas pessoas que ganham de forma ilegal na prefeitura. É aquela coisa, enquanto não tá mexendo no meu, eu quero político honesto”.


Esta contradição referida, na opinião de Jason Alves, decorre da falta de amadurecimento e conscientização política, pois, o eleitor, mesmo àqueles que são honestos, muitas vezes, não possuem a real dimensão de que a política nacional é também um reflexo da municipal, pois, o mesmo vereador corruto no qual alguém decide votar, é também aquele que pedirá voto para o deputado, senador, governador e presidente corruptos, cabendo então ao eleitor, pensar bem em quem vai depositar sua confiança e voto.

Foto reprodução.

Apesar do desencanto com as contradições existentes na política, Jason Alves, acredita que tem espaço para se eleger candidatos conservadores, pois, ele tem afirmado que a situação do Brasil, mesmo ainda sendo crítica, devido a grande presença politica e cultural da esquerda nas instituições democráticas, ela já foi bem pior. Na visão dele já melhorou muito com a eleição do Bolsonaro e vários outros políticos conservadores que foram eleitos país a fora. Ele ressalta, porém, que Caxias, embora possa eleger candidatos conservadores “raiz”, não dispõe ainda de um eleitorado tão esclarecido para eleger vários.


Em Caxias temos condições de eleger um vereador de Direita. Nós como movimento Direita Caxias, queríamos ter um partido, com uma chapa, com prefeito e vereadores. Caxias não tem eleitorado suficiente para eleger três ou quatro vereadores de direita”.


Ao falar sobre a relevância do grupo Direita Caxias, o qual teve grande impacto na campanha eleitoral que levou Jair Bolsonaro à presidência da República em 2018, Jason Alves destaca que o movimento começou de forma despretensiosa e só com o tempo tiveram a real dimensão de sua força:


“A Direita Caxias era para ser apenas um grupo de Whatzapp. O movimento ganhou mais corpo com as manifestações contra Dilma, pela saída dela, em 2016. Posteriormente, muitos candidatos passaram a nos procurar em busca de apoio e parti daí entendemos que tínhamos influência política no cenário local. Com essa força, nós fechamos com o PSL. Fechamos com o Bolsonaro e fizemos a campanha em 2018, apoiando os candidatos a deputado estadual, federal, governador, senador e lógico, para presidente”.


Jason Alves e o grupo Direita Caxias.

Quando foi questionado a respeito de sua percepção da atual administração do presidente Jair Bolsonaro, ele destacou que considera boa, mas que poderia ser bem melhor e acredita que só não é em razão de que considera o Congresso Nacional e o STF como sendo os maiores empecilhos para uma boa gestão do presidente da república:


“Um dos problemas do Brasil é o STF e o Congresso Nacional. 2018 elegemos muitos candidatos bons, mas que ainda deixam a desejar. A reforma da previdência era de suma importância de ser aprovada. O nosso Congresso é guiado pelo toma lá, dá cá. Temos que aprender a votar. Mesmo com os erros que comete, Bolsonaro está há mil anos luz do que os outros. Não quero imaginar como seria a pandemia com Haddad na presidência”.


Presidente Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Em relação ao cenário político de Caxias, Jason Alves, afirma que a cidade nunca teve de fato bons vereadores ou bons prefeitos, pois, na opinião dele, os vereadores, por exemplo, não exercem efetivamente, a função de vereador que entre outras coisas, é fiscalizar as ações do executivo:


“A meu ver Caxias nunca teve um vereador ou prefeito bom. Eu irei ser um bom vereador porque eu irei fazer a função de um vereador. Fiscalizar. Se esperem favores de mim, é melhor que não votem em mim”.


Na visão dele, os vereadores de Caxias vivem numa prática política reprovável, visto que, a Câmara Municipal não exerce de fato seu papel. Acredita ainda que é necessário a existência de um debate político mais sólido na Casa do Povo, por isso, acredita que em um eventual cenário em que tanto ele como a advogada e também candidata a vereadora, Camilla Doudement (PC do B), sejam eleitos, seria algo normal dentro de um ambiente democrático. Afirma que seria até divertido os possíveis embates entre ambos no plenário.


“Acho que seria muito divertido. A democracia precisa disso. Precisa ter o contraponto. Política é coisa séria, mas não é porque é séria que tem que ser chata. Tem que ter os dois lados”.


Ao refletir sobre a pandemia e o papel desempenhado pelos vereadores e também pelo prefeito na cidade ele ressalta que:


“Todos os vereadores estavam perdidos em relação a pandemia. Nem os culpo. Mas a maneira que eles lidaram não foi a melhor. A OMS defendeu o fique em casa. O que eu vi, foi que o prefeito fez várias medidas sem eficiência nenhuma, sem cabimento, fez apenas por medo da população achar que o prefeito não tivesse fazendo nada. Todos fizeram medidas ineficientes. O vereador Ximenes até comemorou a existência do vírus, aliás, ele é um dos menos proativos, não fez nada como vereador”.


No tocante aos gastos públicos de seu mandato e ao famoso voto de cabrestro ainda muito comum na cidade, visto que, os vereadores mais antigos costumam amarrar os votos com empregos ou favores,  ele aponta que a meritocracia é que deve guiar a vida em sociedade e isto vale para o serviço público:


“Meritocracia é algo importante. Vou precisar de um grupo de pessoas pra trabalhar comigo. Tem que ter eficiência no trabalho. O funcionário não será obrigado a votar em mim porque trabalha comigo. Eu posso fiscalizar o prefeito e cuidar da minha equipe. Tem que ter pessoas que sejam técnicas”.


Observa ainda, que na atual situação de Caxias, os vereadores interferem negativamente no processo de administração do município, pois, alerta ao fato de que eles loteiam as secretárias e minam o poder legítimo dos gestores das escolas:


"A diretora de uma escola não tem autonomia, o poder tem que ser descentralizado. O que mais acho ruim são as pessoas serem reféns do político devido emprego. Não podem se expor”.


Ao finalizar ele declara que mesmo que não seja eleito, acredita que agiu da forma correta e honesta no tocante ao que propôs para Caxias, pois, não desejou fazer uma campanha pautada na velha política e sim numa nova postura de se fazer política que se guia por promessas que sejam possíveis de serem cumpridas e que valorizam o dinheiro público, fruto dos impostos da população:


“Confesso que não tenho ideia de como vai ser as eleições do dia 15. Muitas pessoas sabem da minha campanha. Só que estas pessoas estão trabalhando para outros candidatos e são reféns deles. A população é honesta a ponto de manter o voto comprado, porque o povo se sente numa dívida. Eu fiz minha campanha da forma que eu achei ser correta, independente do resultado, eu acredito que fiz o certo”.


Jason Alves é também apoiador de A J Alves, candidato a prefeito pelo Democracia Cristã e mesmo estando, oficialmente, na coligação do prefeito Fábio Gentil (Republicanos), devido seu partido PMN ser da base do cabeludo, ele tem destacado sempre que em razão de identificação ideológica, resolveu aderir à campanha do também conservador A J Alves.

A J Alves (Democracia Cristã).


É notável que o cenário político brasileiro tem mudado, pois, cada vez mais, vemos a presença de candidatos identificados com os ideais liberais e conservadores. Ainda não é, seguramente, o ambiente ideal, mas já se quebrou, significativamente, o poder da esquerda, o qual antes era hegemônico no país.

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