Mas Flávio, e os Sindicatos Patronais?

Autor da frase: "Não basta espantar as moscas, tem que tirar o presunto da sala!". O presidenciável Flávio Rocha (Flávio Riachuelo) (PRB), roda o nordeste ministrando palestras e nesta terça-feira (09), participará de dois eventos na capital piauiense, Teresina. O título: "O Brasil que queremos em 2022", uma clara alusão ao que deve ser tomadas como metas cumpridas até o final do mandato de presidente no caso de alguém como ele e com sua visão ganhe as eleições do corrente ano.

Presidenciável pelo PRB, Flávio Rocha - foto: clicatribuna.com
Na supracitada frase do presidenciável, tão forte quanto o contexto de "mudança" da primeira oração, é o de "redução" na segunda. Pois se dermos nomes aos "bois", as moscas são os políticos corruptos e o presunto é a máquina estatal que alimenta e atrai todos estes insetos a ele.

Flávio Rocha já deu vários outros posicionamentos quanto sua postura liberal na economia, e sua palestra no Fórum da Liberdade 2018 que ocorreu no início de abril é uma ótima referência do que pensa o pré-candidato ao Planalto.

No entanto, existem alguns pontos ainda não esclarecidos quanto ao real comprometimento de Rocha com a pauta liberal. A principal delas, sua relação forte com os chamados Sindicatos Patronais. Desconhecidos por muitos, assim são conhecidos os sindicatos dos empregadores, e têm como principal função negociar com os sindicatos do empregados e acertar termos trabalhistas e composições posturais. Não obstante, estes sindicatos também têm como princípio representar setores produtivos e os interesses dos empresários da categoria. Para isso, negociam vantagens como isenção fiscal e abertura de crédito junto ao Governo, que na prática, nada mais é que obtenção de privilégios e em níveis mais elevados, regulamentação e reserva de mercado, práticas estas, nada liberais.

Para ser mais específico, essa relação pode ser descrita na figura de Paulo Skaf, presidente da Federação da Industrias de São Paulo (FIESP), mentor intelectual do famoso Pato de Borracha da Paulista, provável candidato ao governo de São Paulo. Skaf ocupa a presidência da entidade há mais de dez anos e para isso já alterou o estatuto eleitoral várias vezes para conseguir se perpetuar no cargo. Também é investigado na Operação Lava Jato e recebeu doações de Flávio Rocha na sua última candidatura a um cargo político.

Seguindo o mesmo tom de Paulo Skaf, podemos encontrar no Maranhão, Edilson Baldez, presidente da FIEMA e no Piauí, o ex-governador Zé Filho, presidente da FIEPI, entidade que está dando suporte às palestras de Flávio Rocha. Em todos estes casos, presidentes por mais de década e todos com uma relação muito íntima com os governos.

É importante ressaltar que em nenhum caso, o nome ou a figura do presidenciável está relacionada a qualquer ilícito, ou que haja, de qualquer forma, acordos com estas entidades. O que esperamos como liberais, é um posicionamento do pré-candidato quanto a este tipo de sindicato, que igualmente a todos os outros, quando tem envolvimentos ou relações com a política e políticos, deve ser enxergado de forma ruim.

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